quarta-feira, 6 de novembro de 2013

AS MULHERES GIRAFAS DA THAILANDIA

Mulheres-girafa" é o apelido que se dá às mulheres de uma região da Tailândia, que usam uma espiral de cobre em volta do pescoço. Esse costume faz o pescoço delas parecer incrivelmente longo, como se fosse um pescoção de girafa. Elas pertencem à tribo dos Karen Padaung, uma das tribos que, há 60 anos, fugiram da brutalidade do regime militar na vizinha Myanmar (Birmânia), procurando refúgio nas montanhas do noroeste tailândes. Vivendo em aldeias sem electricidade e água corrente, os Karen Padaung dedicam-se à tecelagem, cultivam arroz, recolhem mel e vivem do turismo, preservando, na medida do possível, seu modo de vida milenar. Enquanto os homens estão no campo, as "mulheres-girafa" e suas crianças vendem lembranças regionais aos turistas e deixam-se fotografar. Foi assim que se transformaram numa atração turística do local.







A tradição do pescoço comprido começa quando as meninas ainda pequenas, por volta dos cinco anos, ganham o primeiro aro para ornamentar o pescoço. Depois, à medida quew vão crescendo, ganham outro e mais outro até o pescoço ficar com aparência de bem comprido. Dizem até que elas os utilizam para sempre, porque se resolverem tirar o pescoco desaba e elas morrem, mas isso é conversa fiada. Pois, na eventualidade de tirarem os anéis, obviamente não morrem, apenas abandonam o seu ganha-pão, retomando sua liberdade de movimentos. Os aros metálicos em torno do pescoço delas apenas o distorcem, sem encompridá-lo como muitos imaginam. A explicação é que Os anéis exercem pressão nos músculos trapézios e estes se ocultam por baixo da clavícula. Além disso, as vértebras do pescoço, devido à pressão constante, assumem ângulos de 45º, o que resulta num alongamento apenas aparente do pescoço.










Pelos registros do Guiness Book, a mulher que já teve o pescoco mais comprido foi Karen Nighten, que viveu entre 1889-1969 nessa região. Ela teria sido a mulher-girafa pioneira, pois dizia-se na época que a mulher que tem pescoco comprido, fica mais bonita. O pescoco de Karen media aparentemente 51 centimetros.









.É bom saber que não é o pescoço que cresce como muitos pensam, mas são os ombros que descem, pois a clavícula cede com o peso dos aros. De modo que, quatro vértebras torácicas passam a fazer parte da estrutura do pescoço. Existem algumas interpretações para tal costume:

os colares teriam o objetivo de espantar as forças sobrenaturais;
os aros eram usados pelas camponesas como uma proteção contra os tigres, que atacavam primeiro a garganta para beberem o sangue;
as mulheres adúlteras usavam os colares como castigo, antigamente;
para que suas mulheres não fossem raptadas, os homens tornavam-nas feias, usando aros nos pescoços;
era uma maneira de os homens mostrarem, através dos aros, a riqueza que possuíam;
para os padaungs (principal tribo de mulheres-girafas) o centro da alma localiza-se no pescoço. Os aros protegem a alma e a identidade da tribo. Antigamente eram aros de ouro, mas hoje são de cobre.
Hoje em dia, se alguém pergunta o porquê do uso de tantos aros pelo corpo, recebe a seguinte explicação: “Uso todos estes aros, assim como minha mãe, minha avó e minha bisavó usavam, simplesmente para ficar mais bonita”.






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