quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quem impedirá o próximo genocídio?

Em apenas dois dias, líderes de países africanos podem acabar com uma instituição pública notável e tornar o mundo um lugar mais perigoso




O Tribunal Penal Internacional (TPI) é o primeiro e único tribunal global a julgar crimes contra a humanidade. Mas os presidentes do Sudão e do Quênia, que já infligiram medo e terror em seus países, estão tentando tirar todas as nações africanas do TPI, o que lhes daria liberdade para cometer assassinatos, estupros e alimentar o ódio sem sofrerem nenhuma consequência. 
União Africana rejeita Tribunal Penal Internacional

Os líderes dos países da União Africana, reunidos em cimeira, deverão rejeitar um pedido do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a abertura de uma secção africana, quando diversos países africanos acusam o tribunal de ter uma agenda contra o continente.

"A União Africana (UA) recusou o pedido do TPI para abrir uma representação em África", disse hoje uma fonte diplomática citada pela agência noticiosa francesa AFP.
A mesma fonte, que pediu o anonimato, afirmou que a decisão foi tomada no final de sábado, durante uma reunião preparatória da UA, e deve ser adoptada pelos cerca de 30 chefes de Estado dos países membros da organização, na cimeira que hoje começou e que decorre até terça-feira.
O TPI tinha pedido a abertura de uma representação em Addis Abeba, capital da Etiópia e cidade sede da UA, para melhorar o diálogo com a união e para explicar melhor as suas acções no continente africano.
O presidente da UA, Jean Ping, acusou o TPI de "ferocidade" contra África, uma vez que todas as acções tomadas pela jurisdição internacional foram contra personalidades ou dirigentes africanos.
Os países da UA já avisaram que não vão aplicar a ordem de prisão do TPI contra o presidente sudanês, Omar al-Bashir, indiciado desde 2009 por crimes de guerra e crimes contra a humanidade e ainda, desde 12 de Julho, por genocídio na província sudanesa de Darfur.


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